A HOMENAGEM AO DIA DO COMERCIÁRIO É TRANSFORMADA EM ATO EM DEFESA DOS TRABALHADORES

Por iniciativa do deputado Chico Vigilante, a Câmara Legislativa, realizou na noite desta terça-feira (06/10) sessão solene em homenagem ao Dia do Comerciário, celebrado em 30 de outubro.  O evento contou com a participação de trabalhadores do comércio e serviço e lideranças sindicais ligadas à categoria, como a presidente do Sindicato dos comerciários, Geralda Godinho, o presidente da Federação dos Trabalhadores no Comércio, Washigton Neves, a deputada federal Erika Kokay, e o secretário geral da CUT Brasília, Rodrigo Rodrigues.

 

O deputado Chico Vigilante fez um breve histórico sobre a trajetória de luta dos comerciários ao longo da história do Brasil, quando mais de cinco mil trabalhadores marcharam pelas ruas do Rio de Janeiro até o palácio do Catete para pedir  jornada de trabalho de 8 horas diárias, direito aos feriados e descanso aos domingos. Por conta da manifestação, o então presidente Getúlio Vargas assinou um decreto dando as garantias que os trabalhadores reivindicavam.

 

Para ele, a ameaça de extinção do Ministério do Trabalho, proposto pelo governo recém-eleito, é uma ameaça real aos direitos conquistados ao longo dos últimos 86 anos.

“Hoje, os patrões do comércio querem retroceder ao período anterior ao ano de 1932. Isso significa voltar com a jornada de trabalho absurdas, sem direito a folga, sem domingo renumerado e sem direitos”, lembrou Chico Vigilante.

A secretaria geral do Sindicato dos Comerciários, Geralda Godinho, falou da história de lutas em defesa da categoria, iniciada ainda no período da ditadura militar, em meados da década de 80. Ela chamou a atenção para as perdas trabalhistas que todas as categorias irão sofrer quando o presidente eleito Jair Bolsonaro tomar posse,  1º de janeiro de 2019. “As perdas nos direitos trabalhistas iniciadas com o governo do golpista Michel Temer tendem a se  agravar nesse novo governo. Assim como todas as classes trabalhadoras, os comerciários também correm sérios riscos de terem os seus direitos cassados.  O nosso desafio é unir todas as categorias em defesa dos diretos  dos trabalhadores”, lembrou.

 

O presidente da Federação dos Trabalhadores no Comércio, Washington Neves, também lembrou da história de luta dos comerciários e a importância da profissão para a economia do país. Ele também alertou para os perigos de retirada de direitos que o novo governo vai trazer para os trabalhadores. “Quero parabenizar a todos os comerciários e todos os diretores e diretoras do Sindicato da categoria que com muita dificuldade tem continuado a luta em defesa da categoria, para que os trabalhadores tenham condições dignas de trabalho”, disse.

 

Já o secretário geral da CUT Brasília, Rodrigo Rodrigues, lembrou da fragilidade da categoria, pois estão expostos a estabilidade funcional. Para ele, juntamente com os trabalhadores terceirizados, os comerciários serão os mais atingidos com a reforma trabalhista, que fragiliza e precariza ainda mais os direitos da categoria. Aliada a reforma trabalhista, a ameaça do fim do 13º salário, e da implantação da carteira de trabalho verde e amarelo.

 

Na mesma linha do secretário geral, o comerciário e secretário de Administração e Finanças da CUT, Julimar Roberto, lembrou que a data é também de reflexão e resistência.  “Para nós, é uma satisfação homenagear uma categoria tão aguerrida e essencial para a sociedade. Mais do que nunca, precisamos incentivar e potencializar ações que valorizem e reafirmem a defesa dos comerciários e das comerciárias de todo o país”, garante Julimar.

 

A deputada Erika Kokay lembrou que, “comemorar o Dia do Comerciário é comemorar a existência do Sindicato da Categoria, das Federações e Confederações, que são instrumentos que os trabalhadores constituíram para fazer valer os seus direitos”.