Dívida acumulada do IGESDF está estimada em R$ 370 milhões

A dívida acumulada do Instituto de Gestão Estratégica de Saúde do Distrito Federal (IGESDF) está estimada em aproximadamente R$ 370 milhões, entre descontos da Secretaria de Saúde, encargos tributárias e trabalhistas e com fornecedores. O valor foi revelado pelo diretor presidente do Instituto, Gilberto Magalhães Occhi, em Comissão Geral promovida pela Câmara Legislativa do Distrito Federal, na tarde desta quinta-feira (12).

Occhi também informou aos deputados distritais que o IGESDF necessitará de suplementações orçamentárias da ordem de R$ 610 milhões para fechar as contas até o final do ano. Segundo ele, os recursos são necessários para custear reajuste contratual, repasses mensais e funcionamento de novas Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) e de uma unidade de PET Scan. Segundo ele, os cálculos estão sendo feitos pela secretaria de Saúde.

Durante o debate, o presidente do IGESDF, que assumiu o cargo em 15 de março deste ano, ouviu muitas críticas e questionamento dos deputados. O deputado Chico Vigilante (PT) conduziu a Comissão e lamentou a “realidade dramática” dos pacientes. O distrital apresentou relatos de pacientes que estão internados há dias aguardando por procedimentos. “A impressão que eu tenho é a de que o IGESDF está dentro da Saúde, mas não quer fazer parte do sistema”, disse. O distrital sugeriu a criação de um grupo, com a participação de sindicatos, conselho de saúde e servidores para analisar e discutir periodicamente os problemas do Instituto.

Após ouvir os questionamentos dos distritais, Gilberto Occhi, afirmou que seu objetivo à frente do órgão é “dar celeridade aos processos, sempre respeitando a ética e a transparência”. Sobre a aprovação da criação de uma verba de representação para a diretoria, com valores entre R$ 4 e 6 mil, assunto condenado por vários deputados, o presidente afirmou que o auxílio só poderá ser pago quando a situação orçamentária do Instituto estiver regularizada. Segundo ele, o assunto foi aprovado pelo conselho de administração, do qual o presidente não faz parte, há três meses, mas até hoje ninguém recebeu nenhum auxílio.

Questionado sobre possíveis conflitos de gestão, Occhi garantiu que o Sistema Único de Saúde (SUS) é universal e que sua política é definida pela secretaria de Saúde, negando qualquer tipo de divergência entre o IGESDF e a pasta. Ele também assegurou que todas as denúncias contra ex-diretores e funcionários estão sendo apuradas.