Em defesa dos recursos públicos e dos trabalhadores, não à trapaça das empresas de ônibus

O transporte público de passageiros no DF arrecada cerca de R$ 1 bilhão e meio por ano.

Desse total, quase metade (48,95%) é paga pelo orçamento do GDF, com gratuidades para estudantes e pessoas com deficiência, com complemento tarifário (diferença entre tarifa técnica e tarifa paga pelo usuário) e com integração.

Com pagantes, em dinheiro ou vale-transporte, o sistema arrecada 51,05%.

Nos últimos três anos, as empresas receberam R$ 4 bilhões e meio do GDF e dos usuários pagantes.

Parte disso, como visto, veio de dinheiro público, que ajuda a manter o sistema equilibrado economicamente.

Não é aceitável que agora, na primeira dificuldade, queiram ganhar ainda mais dinheiro do Governo, mesmo tendo reduzido seus custos com a redução da oferta dos serviços. Já se beneficiaram da redução do ICMS do óleo diesel. Pior ainda é que a Secretaria de Mobilidade tenha feito um procedimento às escondidas para atender à reivindicação dos empresários. O Ministério Público foi à Justiça, que barrou essa ilegal pretensão das empresas. Se o GDF entende que deve pagar, tem que pedir autorização à Câmara Legislativa.

O pior é que espalhem boatos que teriam que demitir trabalhadores por conta dessa decisão. Querem pressionar o Judiciário e o Executivo, provocando preocupação aos trabalhadores. Se o Governo não der dinheiro, demitem. É muita desfaçatez.

Está na hora de os empresários do transporte se humanizarem, entenderem o momento de sacrifício que atinge milhões de pessoas e serem um pouco solidários com os que não têm como se defender da COVID-19.

Chico Vigilante – Deputado Distrital – PT/DF

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