ESTADO ZERO NÃO É A BRASTEMP QUE PREGAM NÃO

Tenho ouvido muita gente defendendo que Estado Zero ou Estado Mínimo é coisa boa.

Acham esse discurso bonito e inteligente e repetem, mas na verdade não sabem exatamente o que estão dizendo nem o que isso significa na prática para a vida de cada um.

Por que o Estado existe historicamente? Para garantir os direitos mínimos dos cidadãos. Nós pagamos impostos e o Estado nos devolve em serviços que necessitamos.

Se ele deixar de existir estaremos órfãos para lutar contra as grandes corporações que só atuam segundo as leis do mercado visando acima de tudo o lucro.

Os candidatos da direita à presidência da República nas eleições de 2018 prometem privatizar a maioria das 150 estatais federais que existem ainda no país, além de dar continuidade à agenda reformista de retrocesso.

O que significa no dia a dia do consumidor brasileiro ter uma Eletrobras privatizada e não estatal, hidrelétricas privadas e não do governo, Banco do Brasil, Caixa Econômica na mão de grupos privados e não nas mãos do Estado brasileiro?

Além de visar o lucro e de responder aos interesses do país, uma estatal tem também função social.

Se uma Eletrobras estatal vai permitir ou planejar o subsídio ao consumidor para resultar em contas de energia acessíveis a todos, a mesma empresa nas mãos da iniciativa privada visará apenas o lucro.

Sua direção não estará preocupada se o pobre está sem luz, sem água quente no frio, ou sem ventilador quando a temperatura chega a 40 graus.

Uma Caixa Econômica estatal tem financiamento para a compra da casa própria com juros compatíveis com a renda de cada um.

A mesma Caixa na mãos de banqueiros vai priorizar empréstimos para casas de luxo a juros altos para quem tem dinheiro para pagar e o pobre que continue sem casa própria.

Nossa Constituição garante Educação e Saúde gratuitas para a população.

Escolas públicas do ensino elementar à universidade.

Saúde para quem tem carteira assinada e para quem não tem. O atendimento é universal, ou seja, para todos que chegam ao hospital necessitando dele.

Com o Estado Zero isso desaparece. As universidades passam a ser privadas. Só estuda quem é rico. Atendimento em hospital só com o talão de cheque na mão.

Na realidade defender Estado Zero é coisa de gente ignorante, que não sabe o que diz, porque lutar para que vença esse discurso elitista é trabalhar contra seus próprios direitos, é retroceder décadas na história do Brasil e das classes trabalhadoras.

 

Chico Vigilante, deputado distrital (PT-DF)