Mesmo com dinheiro em caixa, GDF não prioriza Upas

Quando o governo federal lançou, em 2003, a Política Nacional de Urgência e Emergência, tinha como objetivo estruturar a rede de urgência e emergência em todo o País. Além do fortalecimento das unidades básicas de saúde, o programa previa a criação do Serviço de Atendimento Móvel a Urgência (SAMU 192) e as Unidades de Pronto Atendimento (UPA) em todos os estados e no DF.

Passados 13 anos da criação do programa pelo Ministério da Saúde, o DF ainda deixa muito a desejar no que se refere ao atendimento da população por meio das Upas. As reclamações vão desde a demora no atendimento médico e até o iminente perigo de fechamento das unidades.

Segundo informações da Secretaria da Saúde, a população do DF conta, atualmente, com seis unidades. Outas duas, que estavam em fase de construção, tiveram suas obras paralisadas.

Na manhã da última segunda-feira (09), o deputado distrital Chico Vigilante (PT) conferiu de perto o descaso do GDF com o programa. A Upa que estava sendo construída na QR 03, de Ceilândia Norte, praticamente sumiu.

De acordo com o deputado, o governo Agnelo deixou o equipamento praticamente pronto, com toda a estrutura montada. Mas o Tribunal de Conta do DF paralisou as obras, quando faltava apenas a instalação da cobertura e das divisórias.

“Foi uma surpresa ao verificar que toda a estrutura construída desapareceu. Restaram apenas o piso e o mato por toda a área da UPA”, relatou Vigilante.

A construção de mais essa unidade iria desafogar o atendimento no Hospital de Ceilândia e atenderia a população oriunda do Sol Nascente, QNQ, QNR, Expansão do Setor O, Setor de Indústrias da cidade e até mesmo do município de Águas Lindas do Goiás.

“Espero que o Tribunal de Contas julgue o mais rapidamente possível este caso para que a Secretaria de Saúde retome a construção desta UPA, uma obra tão importante e fundamental para a população”, disse.

De acordo com a Secretaria de Saúde, a própria empresa responsável pela construção recolheu o material para guardá-lo enquanto o tribunal  decide sobre o prosseguimento da obra. O Ministério da Saúde liberou R$ 2,3 milhões para a construção da UPA de Ceilândia Norte. A estimativa é que a unidade atenda diariamente cerca de 450 pessoas.