Milhares vão ao Planalto prestar solidariedade à Dilma

Após a votação que sacramentou o afastamento ilegítimo da presidenta Dilma Rousseff (PT), na madrugada desta fatídica quinta-feira (12), no Senado, a militância se reuniu na Praça dos Três Poderes para prestar-lhe apoio e solidariedade.

Indígenas, mulheres, negros, crianças e militantes das mais variadas correntes políticas de esquerda compareceram ao Palácio do Planalto para acompanhar a saída de Dilma

Já passava do meio-dia, quando a presidenta deixou o prédio e agradeceu pelo apoio e solidariedade da militância.

Em um rápido pronunciamento, a petista classificou como “uma grande injustiça” o seu afastamento que pode durar até 180 dias.

“Eu já sofri a dor da tortura, da doença, e agora eu sofro mais uma vez a dor inominável da injustiça”, discursou pouco antes.

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“Sou vítima de uma farsa jurídica e política. Mas não esmoreço”, disse, demonstrando serenidade e altivez.

Receosos com os retrocessos que podem acontecer com os trabalhadores no governo golpista de Michel Temer, o secretário de relações internacionais da Federação Única dos Petroleiros (FUP), João Antônio de Moraes, afirmou que as elites brasileiras mostram o quanto são atrasadas.

“O Brasil neste momento é objeto de chacota mundo a fora. Derrotados nas urnas quatro vezes eles agora tomam de assalto o poder central”, disse.

Já o advogado Jonatas Moreth, falou sobre a ilegitimidade do golpe.

“Esse impeachment não tem nenhum respaldo na Constituição. A presidenta Dilma não praticou nenhum crime. Depuseram politicamente uma presidenta legitimamente eleita”, afirmou.

Moreth também afirmou que é necessário denunciar o golpe e recorrer aos organismos internacionais, como OEA e ONU que já se manifestaram contrárias ao que acontece no Brasil.

Presente a atividade e bastante emocionado, o deputado distrital Chico Vigilante (PT) falou sobre o momento do Brasil com o golpe.

“É um momento triste. Especialmente para as pessoas que acreditam e valorizam a democracia”, lamentou.

“Quem perde com esse dia de hoje, triste e de angústia, são os trabalhadores que irão sofrer com as maldades que o Fernando Henrique não conseguiu fazer e, agora, poderá fazê-as no mandato de Temer”, completou.

Ao ser perguntada sobre os próximos passos da luta, a representante da Frente Brasil Popular do DF, Wilma dos Reis, destacou que a frente irá se reunir nos próximos dias para decidir as estratégias de resistência ao golpe. “Desde já, nosso caminho é a rua e a luta”, sentenciou.

Por Verônica Soarez e Marcos Paulo Lima
Foto: Marcos Paulo Lima