OS ABUTRES CHEGARAM AO GÁS DE COZINHA

Desde o ano passado, tenho denunciado o aumento de acidentes domésticos com álcool e outras substâncias inflamáveis que as famílias pobres do Brasil passaram a utilizar, diante da impossibilidade de pagar pelo alto preço dos botijões de gás de cozinha, desde o golpe de 2016.

Vítimas de uma política de preços irresponsável, fruto da destruição financeira e patrimonial da Petrobras, a crise de abastecimento de gás, enquanto só atingia os pobres, era tratada como uma fatalidade do capitalismo, uma contingência cada vez mais natural a um País metido no abismo da desigualdade.

Agora, com a greve dos caminhoneiros, a classe média começa a sentir na pele o que é tentar manter uma rotina sem gás para cozinhar as refeições do dia-a-dia. E berra por providências enquanto, em Brasília, diante da desgraça geral, as revendedoras aumentam, descaradamente, os preços dos botijões até a incríveis 200 reais por botijão, bem debaixo das barbas das autoridades e sob o olhar leniente do Procon do Distrito Federal.

É preciso barrar a ganância de comerciantes que se aproveitam, diante de uma crise social extremamente grave, para ganhar dinheiro com a desgraça alheia.

Chico Vigilante, deputado distrital (PT), presidente da Comissão de Defesa do Consumidor da Câmara Legislativa do DF