Pacientes renais correm o risco de ficar sem atendimento

Sem receber do GDF, clínicas particulares conveniadas com a Secretaria de Saúde ameaçam suspender, no próximo 16 de junho, o atendimento dos mais de mil pacientes do tratamento de diálise e hemodiálise. Na última semana, um grupo de pacientes renais crônicos procurou o deputado distrital Chico Vigilante (PT), a fim de encontrar uma solução para o problema. De acordo com eles, a clínica conveniada que atende os pacientes de Ceilândia já deu o ultimato: se o GDF não realizar os pagamentos atrasados, a hemodiálise e a diálise serão interrompidas.

Um médico da rede que não quis se identificar relatou, ainda, que além da ameaça de suspender os tratamentos que estão em andamento, elas não querem receber novos pacientes que estão sendo atendidos nos hospitais da rede. A medida está trazendo transtornos.  “Estes pacientes precisam ser atendidos nas clínicas para abrir vagas na rede pública. Além desses, mais 45 pacientes aguardam diálise sem vaga nem na rede pública nem nas clínicas conveniadas”, relatou o profissional.

De acordo com ele, as clínicas particulares são responsáveis por 81% dos serviços de terapia renal no DF e cobram o pagamento de uma dívida de R$2,5 milhões. O médico culpou a Secretaria de Saúde pelo contratempo.

“O problema todo é a incompetência da Secretaria que recebe do Ministério da Saúde e não paga as clínicas, tem 40 dias que o ministério pagou o mês de março e até hoje as clínicas não receberam”, denunciou o médico.

Diante da situação, Vigilante prometeu cobrar pessoalmente do governador uma solução para o problema.

É uma situação gravíssima. Pais e mães de família correm o risco de morrer. A Constituição brasileira garante o tratamento destes pacientes, e o GDF não pode tirar o direito dessas pessoas de viver, argumenta o parlamentar.

De acordo com informações da Secretaria, atualmente a rede atende 1.067 pacientes nos hospitais da rede pública e em oito clínicas conveniadas.

A Secretaria reconhece uma dívida no valor de R$ 1,8 milhões contraída no governo passado.

Em 2015, a Secretária de Saúde  investiu aproximadamente R$ 20 milhões para pagar os contratos com as clínicas de hemodiálise, que atendem a maior parte dos pacientes da rede pública.